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Em abril de 2012 eu estive no lugar certo. Resolvi visitar um grande amigo, e bem no momento em que estava lá, uma 3a pessoa perguntou a ele sobre alguém que o pudesse substituir no Oficina durante uma viagem. O cargo que ficaria vago, no caso, era o de Sonoplasta, que eu poderia muito bem fazer. Estava já havia algum tempo sem trabalhar com criação ou performance, mas "era tudo muito simples", eu deveria apenas "soltar alguns samples". 

 

No dia 03 de Junho de 2012 eu estreei no Teat(r)o Oficina na peça "Macumba Antropófaga", que então estava sendo apresentada em uma grande lona de circo montada no terreno ao lado do prédio de Lina Bo Bardi. 

 

Essa foi uma das mais maravilhosas experiências de vida da minha vida. Foi o que me trouxe de volta a trabalhar com criação e performance, o que em outras palavras quer dizer "voltar a fazer o que realmente amo e me completa". Foi aí que entendi que enquanto eu tentasse viver a vida de outras formas, ela jamais seria plena. A peça era uma macumba, e para mim foi realmente ritualístico, foi um Rito de Passagem, tal qual comer a barata. 

 

Terminada a temporada da Macumba, era completamente impensável deixar o Oficina, e entrei de cabeça na produção seguinte, "Acordes", inspirada em um texto de Bertold Brecht. Também foi um Rito de Passagem, mas um de outra espécie, foi como subir dezenas de milhares de degraus de joelhos. Minha última produção datava de 3 anos antes, eu trabalhava muito devagar, sem jeito, tive que aprender praticamente tudo de novo, foi uma espécie de renascimento. 

 

Considero o Zé um dos Grandes Mestres com quem aprendi sobre a vida e sobre estar presente. Eu estava praticamente vazio de criatividade quando cheguei lá, e se hoje me sinto pulsando e amando a vida e cheio de vontades criadoras novamente, em grande parte é por causa dele e do Tyaso todo. Sinto enorme gratidão por todos do Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona

 

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